uns e dois
enquanto fumo um cigarro fora de casa não o fumo dentro de casa. penso nos outros que acham que adivinham os meus pensamentos e dizem gostar de mim. idiotas. depois há aqueles, que não são os outros, que teimosamente tentam perceber quem sou no meu silêncio quase abjecto e gostam de mim quando não têm qualquer razão, pelo contrário, para o sentirem. os outros, ao verem como os trato - gostam de ser amanteigados -, consideram-se senhores das minhas simpatias e nem sequer lhes passa pela cabeça - como se a tivessem para pensar - que os julgo como pequenos insectos esborrachados com a mão, numa tasca de paredes forradas a pedra, no verão.
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